O Banco Central (BC) divulgou hoje o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) referente ao primeiro semestre de 2017. O REF é uma publicação semestral destinada a apresentar o panorama da evolução recente e as perspectivas para a estabilidade financeira no Brasil.
Nesta edição, o REF avança na consolidação da nova estrutura e do novo conteúdo inaugurados na edição de abril de 2017, intensificando a busca por maior foco em riscos à estabilidade financeira, seus mitigadores e resiliência, com abordagem prospectiva. O Relatório concentra-se no primeiro semestre de 2017, trazendo, quando pertinente, eventos mais recentes.
O primeiro semestre de 2017 foi marcado por aumentos trimestrais do PIB após dois anos de recessão, recuo do índice de inflação anual ao menor nível dos últimos dez anos, expressiva redução da taxa básica de juros e interrupção no crescimento do desemprego. Os efeitos da economia em recuperação são percebidos, ainda que de forma incipiente, no arrefecimento do risco de crédito às famílias, embora o mesmo ainda não seja observado no crédito às grandes corporações.
A estabilização no nível de ativos problemáticos das famílias e o declínio no custo de captação favoreceram o avanço do lucro líquido e da rentabilidade do sistema bancário. O custo de captação continuará recuando, em linha com a perspectiva de redução da taxa básica de juros, e deve beneficiar a margem de crédito no curto prazo. Para o médio e longo prazo, a retomada do crédito com ganhos em volume será fundamental para a manutenção da melhora do resultado de intermediação financeira dos bancos.
O sistema bancário apresenta robustez em relação a capitalização e alavancagem, o que favorece a transição equilibrada para as regras prudenciais de Basileia III. A liquidez permanece elevada tanto em análises suportadas por indicadores internos quanto por recomendações internacionais. Os testes de estresse mostram que, em relação aos dois últimos semestres, houve aumento da resiliência para absorver choques, com redução da necessidade de capital na simulação de condições macroeconômicas desfavoráveis.
Riscos globais que poderiam afetar a estabilidade financeira no Brasil não se cristalizaram. No semestre anterior, havia preocupação com a possibilidade de o Federal Reserve (Fed) acelerar o ritmo de altas das taxas de juros de curto prazo com impacto no financiamento para países emergentes (PE). Essa percepção de risco reduziu-se com a manutenção de inflação baixa nos países avançados assim como após o anúncio de regras para a redução gradual do balanço do Fed.
Fonte: Banco Central do Brasil





















